curta nossa página

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Encanto na Ilha do Combu

Chocolate Orgânico das Filhas do Combu: Descubra a História por trás do Sabor Amazônico


banner de entrada da fabrica


O chocolate orgânico das filhas do combu representa apenas um dos muitos tesouros escondidos na exuberante Ilha do Combu, que a fica a 15 minutos de barco do centro de Belém.

Considerada a 39º que compõem a região insular da cidade de Belém do Pará, este paraíso verde se transformou em um refúgio natural que contrasta dramaticamente com a paisagem urbana da capital paraense.

Desde 1997, a ilha é oficialmente uma Área de Proteção Ambiental, o que ajudou a preservar sua rica biodiversidade e o modo de vida tradicional de seus habitantantes.

Atualmente, a culinária da Ilha do Combu tornou-se um dos principais atrativos para os visitantes que buscam experiências autênticas.

De fato, um dos restaurantes mais visitados na Ilha do Combu, o famoso Combugril, a onde oferecem o melhor da gastronomia paraense com vistas para a vegetação exuberante.

Fazer um tur pela Ilha do Combu permite aos visitantes conhecer não apenas as cinco comunidades que a compõem - Beira Rio Guamá, Igarapé do Combu, Furo da Paciência, Igarapé do Piriquitaquara e Furo do Benedito.

Mas, também entender por que este destino vem ganhando cada vez mais destaque no cenário turístico belenense.

Embora aproximadamente 200 famílias vivam na ilha, sua influência cultural e gastronômica estende-se muito além de suas margens, atraindo chefs renomados como Thiago Castanho, um dos mais premiados do Brasil.


modo de vida da ilha do combu


A história e o modo de vida na Ilha do Combu


Mergulhando nas raízes históricas da Ilha do Combu, descobrimos que sua ocupação começou, quando indígenas e negros fugidos procuravam refúgio nas ilhas para escapar da crescente urbanização de Belém.

Posteriormente, migrantes de diversas origens chegaram à ilha, incluindo nordestinos que vieram trabalhar nos seringais durante o ciclo da borracha.

Este fluxo migratório intensificou-se principalmente entre as décadas de 1960 e 1980, quando muitos foram atraídos pelas oportunidades econômicas na região amazônica por volta do final do seculo XIX.

Com o passar do tempo, famílias de várias localidades, principalmente do interior do Pará, estabeleceram-se na ilha, trazendo consigo familiaridade com a vida rural.

Atualmente, a população da ilha gira em torno de - aproximadamente 227 famílias, com predominância de jovens entre 16 a 30 anos - 985 a 1.500 habitantes.

O cotidiano na Ilha do Combu é marcado por uma relação profunda com a natureza.

Os moradores desenvolveram um modo de vida singular, baseado no extrativismo, especialmente do açaí, considerado a principal fonte de renda para muitos.

Além disso, a pesca artesanal, a coleta de frutos e a criação de animais domésticos compõem as atividades tradicionais de subsistência.

Entretanto, este modo de vida ribeirinho enfrenta desafios constantes. A proximidade com a capital paraense traz influências urbanas que gradualmente modificam certas práticas tradicionais.

Apesar disso, os moradores mantêm um forte vínculo com o lugar e suas tradições.

O conhecimento popular é transmitido entre gerações, indo além dos remédios caseiros e incluindo técnicas como fazer "peconha", "tupé", pescar, nadar no rio e apanhar açaí.

Em novembro de 2023, a Ilha do Combu recebeu o reconhecimento como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará.

Valorizando não apenas seus produtos e serviços, mas principalmente os saberes e fazeres das comunidades que ali habitam.

Esta iniciativa busca fortalecer a identidade local, promover o desenvolvimento sustentável e garantir a preservação ambiental e cultural para as futuras gerações.


Turismo e experiências culturais na ilha


Visitantes que chegam à Ilha do Combu encontram uma diversidade de experiências culturais e gastronômicas que revelam à essência da vida ribeirinha amazônica.

O destaque turístico fica por conta da Casa do Chocolate de Combu, gerida por Izete Costa, conhecida como Dona Nena.

Que produz chocolate e cacau amazônico 100% orgânico, resgatando tradições ribeirinhas e promovendo melhores condições de vida para a comunidade local.

A experiência na fábrica da "Filha do Combu" permite aos turistas participar de uma visita guiada com duração de uma hora.

Durante o tour, os visitantes percorrem as plantações de cacau, aprendem sobre todas as etapas de produção - colheita, fermentação, secagem, torração, moagem e refino –

Além de degustarem delícias como chocolate quente, brigadeiro da floresta, bolo de chocolate e café especial.

Além da experiência do chocolate, à ilha oferece outras atrações como o projeto Street River, considerada a primeira galeria de arte a céu aberto da Amazônia, e diversos restaurantes flutuantes que servem pratos típicos da culinária paraense.

Entre os mais populares estão o Flor do Combu, o Saldosa Maloca, o Chalé da Ilha e o Restaurante Aho, que oferecem cardápios com especialidades como banda de tambaqui na brasa e caipirinha de frutas locais.

Para os amantes da natureza, há diversas opções de trilhas ecológicas onde é possível avistar animais como macacos, aves e borboletas, além de banhos refrescantes nos igarapés.

Muitos restaurantes disponibilizam áreas seguras para banho, incluindo piscinas para crianças.

Os pacotes turísticos variam desde visitas pontuais até experiências completas como o "Passaporte Combu", por pessoa inclui guia, transporte, visita à fábrica de chocolate, degustação e almoço.

A travessia para à ilha custa R$ 12,00 e dura cerca de dez minutos.

Vale ressaltar que o turismo na Ilha do Combu deve ser realizado de forma organizada, planejada, responsável e sustentável, visando melhorar a qualidade de vida da população local enquanto preserva o ambiente natural.

Desta forma, os visitantes podem desfrutar plenamente das maravilhas que este pedaço da Amazônia tem à oferecer.

desafios e sustentabilidade


Desafios e sustentabilidade na Ilha do Combu


Apesar de sua beleza natural exuberante, a Ilha do Combu enfrenta sérios desafios ambientais e sociais que ameaçam seu frágil ecossistema.

O crescimento desordenado do turismo tem provocado impactos negativos significativos para as atividades extrativistas tradicionais, essenciais à sobrevivência dos ribeirinhos.

A navegação em alta velocidade de lanchas e jet skis não apenas compromete a segurança dos pescadores artesanais como também contribui para à erosão das margens dos igarapés.

Afetando nascedouros de camarão e causando até mesmo a queda de casas e árvores.

O aquecimento global também deixa suas marcas na ilha. Moradores relatam à escassez crescente de produtos sazonais como: o açaí, à andiroba e o mel de abelha, atribuída ao verão prolongado e à poluição dos rios.

Além disso, a falta de água potável e saneamento básico representa um problema crônico para as aproximadamente 1.500 pessoas que habitam à ilha, resultando em doenças frequentes, especialmente em crianças menores de um ano.

Contudo, iniciativas importantes estão sendo implementadas para garantir a sustentabilidade do local.

O recém-aprovado Plano de Gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) da Ilha do Combu representa um marco para a preservação e desenvolvimento sustentável da região.

Este documento, construído de forma participativa com as comunidades locais, estabelece diretrizes para o ordenamento territorial, regulamenta atividades econômicas e define regras para o turismo sustentável.

Paralelamente, projetos como o "Fortalecimento da Juventude Ribeirinha para o Turismo Ecológico" capacitam jovens para o ecoturismo, preparando-os para a COP 30 que ocorrerá em novembro de 2025.

A iniciativa reforça as atividades ecoturísticas na ilha, garantindo seu desenvolvimento sustentável e sensibilizando visitantes para a preservação ambiental.

O Conselho Gestor da APA, composto por representantes de diversos setores, também desempenha papel fundamental na governança participativa da unidade, assegurando decisões democráticas que contemplem as demandas dos diferentes atores.

Portanto, apesar dos desafios, a ilha caminha para um modelo de gestão que equilibra conservação ambiental e desenvolvimento econômico, garantindo a proteção de seu patrimônio natural e cultural para as gerações futuras.

desafios e sustentabilidade



Considerações Finais


A Ilha do Combu representa, sem dúvida, um tesouro natural e cultural da Amazônia brasileira.

Este pequeno paraíso, localizado a poucos minutos de Belém, consegue manter suas tradições ribeirinhas enquanto se adapta às mudanças do mundo contemporâneo.

Através dos anos, seus moradores desenvolveram uma relação harmoniosa com a natureza, baseada principalmente no extrativismo do açaí e na pesca artesanal.

O reconhecimento da ilha como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará em 2023 certamente fortaleceu ainda mais sua identidade e importância regional.

Este título não apenas valoriza seus produtos como o chocolate orgânico, mas também preserva os saberes tradicionais transmitidos entre gerações.

Apesar dos desafios ambientais e sociais que enfrenta, a comunidade local tem buscado alternativas sustentáveis para seu desenvolvimento.

O Plano de Gestão da Área de Proteção Ambiental, por exemplo, estabelece diretrizes essenciais para equilibrar conservação ambiental e progresso econômico.

Portanto, a Ilha do Combu não é apenas um destino turístico, mas um exemplo vivo de resiliência e adaptação.

A preparação para a COP 30 em 2025 demonstra ainda como este pequeno território amazônico conecta-se com questões globais de sustentabilidade.

Visitantes que chegam à ilha não encontram apenas belezas naturais e gastronomia excepcional.

Mas também lições valiosas sobre como comunidades tradicionais podem prosperar enquanto preservam seu patrimônio natural e cultural para as futuras gerações.



Referências

FRATUS, Alessandra. O chocolate da Ilha do Combu: a incrível história da dona Nena. 2020. Disponivel em: < https://www.topensandoemviajar.com/chocolate-da-ilha-do-combu/> Acesso em: 14 de julho de 2025.

IDELFLOR-Bio. Área de Proteção Ambiental da Ilha do Combu. 2010. Disponível em: <deflorbio.pa.gov.br/area-de-protecao-ambiental-da-ilha-do-combu-apa-da-ilha-do-combu/#:~:text=A%20APA%20da%20Ilha%20do,Baía%20do%20Guajará%20ao%20oste> Acesso em:  15 de julho de 2025.

NUNES, Thainá. A Ilha do Combu. 2017. Disponível em: < https://ilhadocombu.tur.br/a-ilha-do-combu/> Acesso em: 15 de julho de 2025.

Um comentário:

Deixe seu comentário ou sugestão! Sua opinião é muito importante para o fortalecimento deste blog

Encanto na Ilha do Combu

Chocolate Orgânico das Filhas do Combu: Descubra a História por trás do Sabor Amazônico O chocolate orgânico das filhas do combu representa...