Os
peixeiros costumam ser tachados pelo aroma nada agradável que exala da sua
matéria – prima. Mas, algo que nunca incomodou o senhor Antônio Pedro Carrera
Filho, que para vender o peixe e adquirir uma boa renda, era preciso acordar de
madrugada, pegar ônibus para ir ao Ver-o-Peso, fazer a compra do dia e ainda
voltar para o talho de peixe para vender o produto. Esse foi o cotidiano, que
seu Carrera desenvolveu no período que trabalhou no Mercado Municipal da Feira
da Pedreira. Um homem apaixonado por sua família, pelo seu trabalho e esporte -
seu time de coração Paysandu da Curuzu.
Vendedor
de mão cheia não conquistou apenas clientela, mas também muitos amigos. De
domingo a domingo o despertador tocava mais cedo para este homem pai de família,
que sai de casa para às 6 horas, começar a receber seus primeiros clientes no Talho
de Peixe. Esta era a rotina do Senhor Antônio Pedro que durante 4 décadas exercia
a profissão de vendedor de peixe.
Várias
pessoas compraram peixe do seu “Carrera”, pois, através da profissão de peixeiro
educou seus filhos. O “seu ganha pão” sempre foi muito suado e mesmo por conta
das dificuldades o Peixeiro – uma profissão que não se aprende na escola - nunca
reclamou do seu modo de vida, passou por muitos perigos e várias vezes, por
sair de madrugada, foi assaltado, correndo risco até mesmo de morrer.
Antônio
Pedro Carrera Filho um contador de histórias – assim o definia sua filha
Marinete - Sempre foi uma pessoa cheia
de energia, exigente e muito observador, tinha um bom coração e sempre paciente
com as pessoas, homem de muitos amigos, era querido por seus sobrinhos, pois
tinha muitos. Sempre trazia o melhor da feira para sua família, criterioso, e
apreciador de um bom jornal. Sempre informado e cheio de assuntos para
conversar.
Márcio Carrera Costa