sábado, 20 de outubro de 2018

Retrato de um Peixeiro Contador de Histórias


história de um peixeiro

Os peixeiros costumam ser tachados pelo aroma nada agradável que exala da sua matéria – prima. Mas, algo que nunca incomodou o senhor Antônio Pedro Carrera Filho, que para vender o peixe e adquirir uma boa renda, era preciso acordar de madrugada, pegar ônibus para ir ao Ver-o-Peso, fazer a compra do dia e ainda voltar para o talho de peixe para vender o produto. Esse foi o cotidiano, que seu Carrera desenvolveu no período que trabalhou no Mercado Municipal da Feira da Pedreira. Um homem apaixonado por sua família, pelo seu trabalho e esporte - seu time de coração Paysandu da Curuzu. 
Vendedor de mão cheia não conquistou apenas clientela, mas também muitos amigos. De domingo a domingo o despertador tocava mais cedo para este homem pai de família, que sai de casa para às 6 horas, começar a receber seus primeiros clientes no Talho de Peixe. Esta era a rotina do Senhor Antônio Pedro que durante 4 décadas exercia a profissão de vendedor de peixe.
Várias pessoas compraram peixe do seu “Carrera”, pois, através da profissão de peixeiro educou seus filhos. O “seu ganha pão” sempre foi muito suado e mesmo por conta das dificuldades o Peixeiro – uma profissão que não se aprende na escola - nunca reclamou do seu modo de vida, passou por muitos perigos e várias vezes, por sair de madrugada, foi assaltado, correndo risco até mesmo de morrer.
Antônio Pedro Carrera Filho um contador de histórias – assim o definia sua filha Marinete -  Sempre foi uma pessoa cheia de energia, exigente e muito observador, tinha um bom coração e sempre paciente com as pessoas, homem de muitos amigos, era querido por seus sobrinhos, pois tinha muitos. Sempre trazia o melhor da feira para sua família, criterioso, e apreciador de um bom jornal. Sempre informado e cheio de assuntos para conversar.


Márcio Carrera Costa